Ataxias, uma prioridade da pesquisa científica em Cuba

Editado por Irene Fait
2024-02-01 17:25:53

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Por Maria Josefina Arce

Mesmo com os recursos limitados impostos pelo bloqueio dos EUA, Cuba dá atenção especial às pessoas afetadas pela ataxia, que se caracteriza pela incapacidade de coordenação dos movimentos musculares voluntários, equilíbrio, locomoção e linguagem, que se agravam com o tempo. É uma doença que ainda não tem cura.

De acordo com especialistas, existem 50 formas moleculares conhecidas de ataxias espinocerebelares no mundo. Cuba é o país com o maior número de pacientes com o tipo 2, um dos  mais comuns no mundo.

De acordo com especialistas, há 36,2 casos por 100.000 habitantes em Cuba, embora a frequência na província de Holguín (leste cubano) seja de 183 casos por 100.000 habitantes.

O país disponibiliza as terapias existentes de forma gratuita e universal para as pessoas que sofrem dessa condição neurodegenerativa ou que têm risco genético de serem afetadas.

A comunidade científica cubana trabalha em criar medicamentos que retardem a progressão da doença e melhorem a qualidade de vida dos pacientes.

Nesse esforço está incluído o NeuroEpo, uma molécula desenvolvida pelo Centro de Imunologia Molecular, que está sendo aplicada no país a diferentes doenças neurodegenerativas.

Atualmente, um estudo clínico de fase III está em andamento em várias províncias cubanas para avaliar a eficácia e a segurança da aplicação nasal do NeuroEpo em pacientes adultos com ataxias espinocerebelares.

Os ensaios I e II se realizaram entre 2015 e 2016 e seus resultados mostraram uma melhora na síndrome cerebelar e nas manifestações cognitivas. Da mesma forma, ficou demonstrada a eficácia e a segurança do NeuroEpo.

Esse medicamento é uma esperança para os pacientes e outro exemplo dos esforços do país para avançar na busca de novos tratamentos, nos quais o CIRAH, o Centro Carlos J. Finlay de Pesquisa e Reabilitação de Ataxias Hereditárias, sem dúvida, desempenha um papel essencial.

Uma instituição que combina atendimento médico com pesquisa científica e cujos resultados têm um impacto direto nas famílias cubanas onde a doença está presente.

Ao longo dos anos, a dedicação de nossos cientistas e a vontade política do governo possibilitaram que Cuba tivesse estudos epidemiológicos, biomarcadores para caracterizar a doença e sua progressão, bem como programas de diagnóstico pré-natal e pré-sintomático, os únicos do gênero na América Latina.



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