O mundo não depende de Trump

Editado por Irene Fait
2025-04-10 16:35:33

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Foto: Prensa Latina.

Por Roberto Morejón

Preocupações e reclamações quanto à ênfase dada pelos Estados Unidos ao protecionismo, a deportação de migrantes e os ataques ao multilateralismo ocuparam espaços na 9ª Reunião de Cúpula da CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Honduras.

A declaração de Tegucigalpa foi aprovada por consenso por 30 países dos 33 convocados para endossar o compromisso de fortalecer a CELAC.

Foi considerado louvável, dadas as tentativas de algumas pessoas e forças externas de inviabilizá-la, ao destacar os pontos de vista divergentes.

A CELAC toma o rumo de sua 10ª cúpula sob a presidência pro tempore do presidente colombiano Gustavo Petro, um defensor tenaz da unidade e do consenso, especialmente em tempos tão difíceis, quando, em sua opinião, caminhar sozinho é perigoso.

Um conceito que, do ponto de vista da primeira-ministra mexicana, Claudia Sheinbaum, é relevante "hoje mais do que nunca".

Com moderação e clareza, a primeira mulher a ocupar a presidência do México defendeu o papel dos migrantes, inclusive para a economia dos EUA, e pediu que fossem abordadas as causas estruturais da desigualdade que provocam sua saída de nossos países.

Além de ressaltar o impacto negativo do protecionismo, e da aplicação de tarifas como ferramentas de poder, o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva conclamou a América Latina e o Caribe a que se façam respeitar.

Lula ressaltou que os Estados Unidos são grandes do ponto de vista econômico, militar e tecnológico, mas o mundo não depende deles.

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel denunciou o tratamento dado aos migrantes, a aplicação de medidas coercitivas unilaterais, como o bloqueio, e enfatizou a nova variante de pressão sobre Cuba.

Destacou a campanha brutal para abortar a colaboração cubana na área de saúde em mais de 50 países, sem levar em conta, disse, que isso possa prejudicar muitas pessoas.

Além desses pontos, o chefe de Estado cubano ressaltou o acordo contido na Declaração de Tegucigalpa para insistir na plena validade da proclamação dos países da América Latina e do Caribe como Zona de Paz.

Para os analistas, surpreendeu a realização da cúpula da CELAC em meio a uma situação internacional tensa, devido à imposição de tarifas pelo governo Trump a dezenas de países e à deportação intempestiva de migrantes em condições deploráveis.

Como apontou a presidente hondurenha, Xiomara Castro, os Estados Unidos estão redesenhando o seu mapa econômico sem se importar com os povos que serão prejudicados.

 



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