
Por: Roberto Morejón
Vários governos, blocos de solidariedade e personalidades rejeitaram o mais recente ataque do governo Donald Trump contra Cuba estampado na reedição de um memorando hostil de 2017.
O Memorando Presidencial sobre Segurança Nacional assinado pelo líder republicano há alguns dias inclui novos detalhes para um maior endurecimento do bloqueio, causa fundamental da grave escassez de materiais enfrentada pelos cubanos.
Idealizado pelo secretário de Estado Marco Rubio e outros membros do esquadrão de valentões do vizinho caribenho, o instrumento foi criado para intimidar o governo e os cidadãos, coibir investimentos estrangeiros e impedir que os norte-americanos façam turismo em Cuba.
Essa ferramenta não era necessária para afirmar os ataques lançados contra Havana desde 20 de janeiro, quando Trump, instado por Rubio, reintegrou Cuba na lista de países que, segundo a Casa Branca, patrocinam o terrorismo.
Mais medidas seriam tomadas, como adicionar Cuba a uma lista de 12 nações com restrições de acesso aos EUA e reativar o Título III da agressiva Lei Helms-Burton, todas com o objetivo de causar mais sofrimento aos cubanos.
O documento, divulgado em 30 de junho, renova e altera o precedente de Trump de 2017, sempre em linha com a obsessão de Rubio e congressistas de alegada origem cubana em destruir as fontes de abastecimento da nação caribenha.
Embora o texto afirme favorecer a livre iniciativa em Cuba, a verdade é que atacaria os empresários privados daqui e as entidades que exportam legalmente para Havana a partir dos Estados Unidos.
Esta é mais uma contradição entre muitas das posições de política externa da Casa Branca, que reitera que deseja a prosperidade dos cubanos.
Em verdade, só querem levar os cubanos ao desespero e que eles sirvam a Washington na promoção de uma mudança de regime.
Além disso, o documento promulgado por Trump ignora a soberania cubana e o direito à autodeterminação e faz referência ao memorando de Lester Mallory de 1960. Naquele ano, o Subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos definiu em memorando secreto que o desencanto em Cuba tinha que ser provocado por dificuldades econômicas. Prosperidade não, sufocação sim.