Secretário-geral da ONU critica decisão dos EUA de cortar fundos para a OMS

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-04-15 13:43:32

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Havana, 15 de abril (RHC).- O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou a decisão dos EUA de cortar os fundos destinados à OMS – Organização Mundial da Saúde sob o pretexto de mal manejo da pandemia.

“Não é o momento de reduzir os recursos para as operações da OMS ou de qualquer outra organização humanitária na luta contra o coronavírus”, afirmou em comunicado divulgado no site das Nações Unidas.

“Agora é o momento da unidade e de que a comunidade internacional trabalhe em solidariedade para conter este vírus e suas consequências devastadoras”, apontou Guterres. Disse que o apoio aos milhares de trabalhadores da saúde que enfrentam na linha de frente a enfermidade “é absolutamente fundamental aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a Covid-19”.

Ontem, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a suspensão da entrega de fundos à agência sanitária, à espera de uma revisão de sua resposta à pandemia. “Estou dando ordens à minha Administração para que suspenda o financiamento enquanto for realizada uma investigação sobre o papel da OMS na má gestão e no encobrimento da expansão do coronavírus”, indicou Trump.

Nesta quarta-feira, o secretário-geral da ONU ressaltou uma iniciativa dessa organização na esfera das comunicações para divulgar dados científicos sobre a enfermidade e contrabalançar o flagelo da desinformação, qualificando-a de “um veneno que está colocando em risco mais vidas ainda”. Disse que com fatos e informação científica é possível avançar para derrotar a Covid-19 e construir um mundo mais saudável, equitativo, justo e resistente.

“Enquanto o mundo luta contra a mortal pandemia do novo coronavírus, a crise mais desafiante que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial, vemos também outra epidemia perigosa: a desinformação”, advertiu Guterres. “Este é um momento para a ciência e a solidariedade”, indicou. “Os conselhos prejudiciais à saúde e as soluções de óleo de serpente estão proliferando. As falsidades estão enchendo as ondas de rádio. As teorias de conspiração selvagens estão infectando a internet. O ódio está se tornando viral”, apontou. “Ante esse cenário, a vacina é a confiança na ciência”, afirmou o secretário-geral da ONU.

Na Alemanha, o ministro de Assuntos Exteriores, Heiko Maas, criticou a decisão de Donald Trump e disse que financiar a Organização Mundial da Saúde “é um dos melhores investimentos”. “Temos de trabalhar juntos contra a Covid-19. Um dos melhores investimentos é fortalecer as Nações Unidas, especialmente a OMS, que conta com fundos insuficientes”, apontou no Twitter. O ministro alemão ressaltou os benefícios dessas verbas, e colocou de exemplo o desenvolvimento e distribuição de vacinas. Disse que jogar a culpa noutros não ajuda nada, e sublinhou que o coronavírus não conhece fronteiras.

Outras notícias apontam que o número de contagiados na Europa ultrapassou o patamar de um milhão. O país da região com maior número é a Espanha, onde já foram diagnosticadas mais de 174 mil pessoas. Quanto aos falecidos, a Itália registra mais de 21 mil. A situação é grave também na Alemanha, França e Reino Unido.

Nos EUA, houve 2.228 mortes pela Covid-19 nas últimas 24h, o que significou um novo recorde diário. No total faleceram 25.757 pessoas desde que a enfermidade chegou ao território norte-americano. O estado mais afetado é Nova Iorque, cujo prefeito, Andrew Cuomo, disse acreditar que chegou-se ali ao pico da curva de contágio. Lá, são quase 11 mil mortes pela Covid-19.



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