A relatora especial da ONU para o Conselho de Direitos Humanos, Alena Douhan, declarou na sexta-feira, em Havana, que as medidas unilaterais dos Estados Unidos contra Cuba carecem de legitimidade e afetam os direitos humanos da população.
Ao apresentar as conclusões preliminares de suas indagações na Ilha à imprensa nacional e internacional, a relatora observou que tais ações coercitivas afetam todas as esferas da vida nacional e prejudicam diretamente seus habitantes, especialmente os grupos mais vulneráveis.
Destacou que essas medidas são particularmente prejudiciais em meio aos problemas enfrentados pela nação caribenha devido à crise internacional, ao impacto dos eventos climáticos e às dificuldades econômicas internas.
“Os efeitos nocivos dessas medidas são exacerbados pela inclusão, por motivação política, da Ilha na lista do Departamento de Estado de países que supostamente patrocinam o terrorismo”, observou. Douhan lembrou que Cuba sofre com o bloqueio dos EUA desde 1962 e que, neste ano, os EUA estenderam a permanência do país nessa lista, causando graves dificuldades econômicas e prejudicando significativamente os esforços da Ilha para garantir serviços básicos e desenvolver políticas sociais.
Durante visitas e encontros desde 11 de novembro com diversos setores da vida econômica, política e social do país, organizações, instituições e projetos, Douhan testemunhou em primeira mão o impacto real do bloqueio sobre os direitos humanos dos cubanos.
“Essas medidas limitam a capacidade do Estado de desenvolver políticas públicas, violam o direito à alimentação e a uma vida digna, obstruem os intercâmbios acadêmicos, afetam o fornecimento de energia, água potável e medicamentos, e violam o direito à vida em geral”, acrescentou.
Nesse sentido, o relatório sobre o tema que apresentará ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em setembro de 2026 instará os Estados Unidos a cessarem essa política unilateral “sem fundamento jurídico internacional”, incluindo as sanções secundárias e sua aplicação excessiva.
Da mesma forma, convocará países e organizações internacionais para que adotem medidas que garantam o pleno gozo dos direitos dos cubanos e permitam o desenvolvimento de programas que beneficiem outras nações.
Douhan agradeceu ao governo cubano pelas facilidades oferecidas para intercâmbios com líderes, representantes da sociedade civil, especialistas, acadêmicos, organizações internacionais e figuras proeminentes de diversos setores da vida econômica, política e social do país.
Foto: Vladimir Molina
Fonte: Radio Rebelde
