Os EUA e a OTAN estão preocupados com o início dos exercícios militares “ZAPAD” entre a Rússia e a Bielorrússia. Cerca de 13.000 soldados de ambos os países iniciaram exercícios militares perto da fronteira com a Polônia. As manobras despertaram os fantasmas da guerra na Europa.
Rússia realiza o exercício com seu principal aliado europeu, Bielorrússia, no território de ambos os países. É considerado o exercício militar mais importante para as forças armadas. O exercício visa simular potenciais conflitos e preparar as forças armadas para tais conflitos. É o primeiro exercício militar conjunto entre a Rússia e a Bielorrússia em território bielorrusso desde 2021 e envolve a prática de atividades militares em regiões próximas às fronteiras mais importantes da Europa, incluindo o destacamento significativo de equipamentos e tropas.
O exercício Zapad ocorre a cada quatro anos. Desta vez, se realiza em momento de alta tensão: dois dias depois de supostos drones russos terem penetrado profundamente na Polônia. É exatamente por isso que os países da OTAN estão preocupados.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou que seu país não esteve tão perto de um “conflito aberto” desde a Segunda Guerra Mundial. Em resposta ao Zapad, Polônia fechou sua fronteira com Bielorrússia e lançou seus próprios exercícios militares, que chama de “Defensor de Ferro”.
Por sua vez, a OTAN lançou uma iniciativa para fortalecer a defesa do flanco oriental da Europa. A Operação “Sentinela Oriental” começará nos próximos dias e envolverá tropas da Dinamarca, França, Reino Unido, Alemanha e outros países, afirmou o Secretário de Estado da OTAN, Mark Rutte.
O comandante supremo aliado da OTAN na Europa, o general americano Alexus Grynkewich, disse que a operação será “flexível e ágil” e incluirá capacidades aprimoradas, defesas aéreas e terrestres integradas e maior compartilhamento de informações entre os parceiros da OTAN. Entre os equipamentos designados para a operação há dois F-16 e uma fragata de guerra antiaérea da Dinamarca, três Rafale da França e quatro Eurofighters da Alemanha, de acordo com um comunicado à imprensa da Aliança.
No entanto, o cenário tenso está envolto em uma suspeita histórica: a Polônia foi o primeiro país “socialista” a tornar sua soberania porosa, quando o presidente americano Ronald Reagan, juntamente com a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e o papa João Paulo II, natural da Polônia, iniciaram uma política de interferência interna liderada por Washington contra o socialismo europeu para derrubar o governo do presidente polonês, general Wojciech Jaruzelski, e minar a URSS e os demais países socialistas europeus, com uma oposição morna de Moscou.
Em 1983, o presidente americano anunciou a “Iniciativa de Defesa Estratégica”, um projeto militar que representou não apenas um grande golpe para a política de defesa do país, mas também o esgotamento gradual da economia da URSS, que não suportou o custo dessa corrida armamentista e colapsou em 1991.