Por Maria Josefina Arce
Situada perto das costas do Brasil, e coberta de densa selva tropical, a Guiana é um departamento ultramarino francês, conhecida porque lá são lançados ao espaço satélites de diferentes nacionalidades.
Sua diversidade étnica e cultural é notável. Convivem descendentes de escravos, das comunidades amazônicas e dos colonizadores francesas, e há uma grande comunidade asiática.
A população da Guiana é de 260 mil pessoas; é conhecida mundialmente por ter abrigado de 1850 a 1950 penitenciárias de péssima imagem.
Muitos não conhecem a crítica situação social existente nesse departamento ultramarino francês, considerado um dos mais pobres. Há dois anos, foi palco de intensos protestos.
O desemprego, a pobreza, a insegurança e o acesso quase nulo de seus habitantes ao sistema sanitário são os problemas que mais castigam essa região.
A Guiana francesa exibe a segunda taxa de pobreza mais elevada dos cinco departamentos ultramarinos franceses, o desemprego geral supera 20 por cento. Lá também faltam médicos, por isso as autoridades locais entraram em contato com Cuba e pediram que uns 100 médicos cubanos apoiassem o sistema sanitário desse departamento.
Com esse propósito, o presidente da Coletividade Territorial da Guiana francesa Rodolphe Alexandre se reuniu em Paris com a vice-ministra cubana de Saúde Pública, Márcia Cobas. Ela explicou as características, modalidades e evolução da cooperação internacional cubana no setor da saúde, tanto em nível assistencial e profilático, quanto na formação profissional.
Alexandre destacou a experiência cubana no desenvolvimento de programas de cooperação médica em diversos países. E falando para a agência francesa de notícias AFP comentou que tinha visto os profissionais cubanos da saúde trabalharem em outras nações, como o Brasil e o Haiti, e sublinhou que gozavam de grande reputação no mundo.
Cuba e a Guiana francesa vão continuar conversando para explorar as possibilidades de cooperação na área de saúde, sempre conforme as necessidades desse departamento e tendo como aval o trabalho abnegado e humanitário dos médicos cubanos, que ajudaram a melhorar os índices sanitários em muitas nações.