Terra e soberania

Editado por Irene Fait
2022-02-12 17:43:06

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Image / Resumen-Latinoamericano

A Argentina tem uma discordância histórica com o Reino Unido pela soberania das Ilhas Malvinas e outros territórios insulares situados no Atlântico sul, que foram ocupados em 1833 em atos de pirataria provocando um conflito armado faz 40 anos atrás.

Todavia, este não é o único caso em que interesses estrangeiros colocam em dúvida a integridade territorial da nação sul-americana. Nos últimos tempos, surgiram outros conflitos parecidos na extensa região da Patagônia.

Faz alguns dias se realizou a 6ª marcha organizada pela Fundação Interativa para Promover a Cultura da Água com o propósito de protestar contra o fechamento de todos os caminhos de acesso ao Lago Escondido, um lugar turístico e importante reserva de água doce.

Quem deu a ordem de fechar o acesso ao Lago foi o empresário britânico Joseph Lewis, considerado um dos homens mais ricos do mundo. O sujeito tinha comprado ilegalmente 12 mil hectares de terrenos na província de Rio Negro, nos quais está incluída a área do Lago.

Há denúncias de que Lewis mantém por lá um forte contingente paramilitar e recentemente construiu uma pista, onde podem pousar aviões de guerra.

Aliás, mantinha boas relações com o ex-presidente Maurício Macri, quem, em mais de uma ocasião, foi hóspede nessa propriedade e mandou arquivar as investigações contra o britânico.

O outro caso é a multinacional de origem italiana Benetton. Em conluio com o ex-presidente Carlos Menem, se apropriou de dois milhões de hectares de terras que pertencem à comunidade de indígenas mapuche, que estão travando batalha legal desde então para recuperar suas terras.

Justamente no meio dessas lutas morreu em circunstâncias não totalmente esclarecidas o jovem Santiago Maldonado, cuja morte provocou grandes protestos dentro e fora do país.

Há leis na Argentina para regular a propriedade do solo, porém, hoje em dia, 12 milhões e meio de hectares estão nas mãos de estrangeiros que representam 622 vezes a extensão da cidade autônoma de Buenos Aires.

Dessas terras, dois milhões de hectares pertencem a proprietários desconhecidos, porquanto se escondem atrás de empresas offshore criadas em paraísos fiscais.

É um problema grave que não só prejudica as comunidades indígenas, mas também abre as portas para a exploração irregular de recursos naturais estratégicos, como as florestas e a água, indispensáveis para a vida e o bem-estar da população.



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