À beira do abismo

Editado por Irene Fait
2022-07-07 18:08:13

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Boris Johnson

Por Guillermo Alvarado

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, se debateu nestes dias numa profunda crise política, que o obrigou a se demitir antes de enfrentar um novo pedido de destituição no Parlamento, onde seu prestígio está destroçado.

Recentemente, Johnson tinha sobrevivido a uma conjuntura muito parecida, quando o partido Conservador decidiu lhe dar uma nova oportunidade, apesar de ter mentido obviamente sobre sua participação de festas que estavam proibidas por causa da pandemia de Covid-19.

Daquela feita obteve uma vitória de Pirro e muitos sabiam que viriam novos questionamentos, como ocorreu de fato, nestes dias, só que agora a coisa era muito mais grave, porquanto uma parte de sua equipe decidiu abandoná-lo.

Quinze membros de seu governo, entre eles os ministros da Saúde, Sajid Javid, e de Finanças, Rishi Sunak, pediram demissão dizendo que havia falta de confiança total em Johnson.

O secretário de Estado para a Infância e a Família, Will Quince, afirmou que não tinha outra opção depois de ter transmitido na mídia informações proporcionadas pelo gabinete de Johnson que “não eram exatas”.

A gota d’água foi o escândalo de Chris Pincher, que tinha sido nomeado para um importante cargo pelo primeiro-ministro e teve de deixá-lo por conduta imprópria sob os efeitos da embriaguez numa noite de orgia.

O problema é que essa pessoa tinha antecedentes e mesmo assim lhe deu o posto. Johnson foi obrigado a pedir desculpas, mais uma vez.

A posição do premiê chegou a ser precária, em meio aos crescentes protestos da população por causa da falta de produtos básicos e a subida de preços provocada pela elevada inflação.

Nos últimos dias, houve greves no transporte público, inúmeros voos foram cancelados em época de férias e há sinais de paralisação de atividades nos setores da saúde e da educação.

Até o último instante, Boris Johnson tentou permanecer no posto de primeiro-ministro, porém isso dependia cada vez menos dele e nas primeiras horas de quinta-feira pediu a demissão, que será efetiva no próximo outono.

Assim termina um governo que começou com grande apoio, porém sua conduta errante levou-o em pouco tempo à beira do abismo.



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