Entretanto se move

Editado por Irene Fait
2024-03-26 17:48:43

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Conselho de Segurança das Nações Unidas

Por Guillermo Alvarado

Finalmente, depois de mais de cinco meses de genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza, o Conselho de Segurança da ONU deu sinais de vida e avançou na direção certa ao aprovar uma resolução para um cessar-fogo imediato no Oriente Médio.

A mensagem foi muito clara para o governo sionista de Israel e significou que seu crédito político começou a se esgotar, juntamente com a paciência diante do acúmulo de atrocidades perpetradas, cujo objetivo é varrer do mapa boa parte de um povo, sua história e sua cultura.

Para a surpresa de muitos, os Estados Unidos se abstiveram na votação, dando sinal verde a uma resolução esperançosa, não porque eu acredite que Tel Aviv a acatará, longe disso, mas porque, a partir de agora, Benjamin Netanyahu sabe que não tem um guarda-chuva político para seus ultrajes.

Tem muito a ver com isso a mobilização do povo norte-americano, muitos judeus não sionistas inclusive, para exigir que a Casa Branca encerre seu apoio ao genocídio que já deixou mais de 32.000 mortos e 74.000 feridos.

Joseph Biden finalmente percebeu, não por consciência ou humanidade, o grave erro que está cometendo em um ano eleitoral em que sua reeleição está em jogo.

A abstenção de Washington já teve um efeito colateral: Netanyahu anunciou imediatamente que estava suspendendo a viagem de uma delegação aos EUA, cujo objetivo, sem dúvida, tinha a ver com mais apoio à guerra contra a população civil palestina.

Seria bom que, a partir de agora, os dirigentes dos EUA anunciassem o fim do envio de suprimentos militares e recursos financeiros para Israel e que a União Europeia como um todo fizesse a mesma coisa.

Como mencionei em artigo anterior, somente o isolamento de Israel e um boicote rigoroso de seus produtos nos mercados mundiais podem forçá-lo a interromper a guerra e devolver os territórios ocupados a seus legítimos proprietários.

O projeto de boicote existe e a maioria das empresas associadas ao capital israelense foi identificada; é apenas uma questão de vontade e coerência para aplicá-lo com o máximo rigor.

O Chile deu um passo importante ao proibir a presença de empresas militares e de segurança israelenses em sua Feira Internacional do Ar e do Espaço, e outros governos podem fazer o mesmo em outras áreas para que Tel Aviv entenda que não pode fazer o que quiser.

A resolução do Conselho de Segurança é muito valiosa, mas é apenas um primeiro passo desse órgão, que conseguiu mostrar que se move.  



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