Foto: PL

Por Roberto Morejón

O governo venezuelano assumiu como uma questão de Estado e dignidade a tarefa de resgatar uma criança, filha de pais migrantes, detida nos Estados Unidos em meio à onda de deportações ditada pelo governo de Donald Trump.

As autoridades venezuelanas estão denunciando a detenção de Maikelis Espinoza Bernal, de dois anos, como um caso de tráfico de pessoas.

Ela foi separada de sua mãe em um aeroporto dos Estados Unidos, antes que esta partisse para ser repatriada ao país sul-americano.

A família foi vítima de uma tragédia. O pai da criança também foi sequestrado e transferido, sem julgamento ou outro processo judicial, para uma prisão em El Salvador.

A sociedade venezuelana ficou profundamente conturbada com o que aconteceu com essa família, alvo de xenofobia causada pelas políticas de imigração do atuak governo dos EUA.

Os pais da menina negam pertencer ao cartel do crime organizado Tren de Aragua, como alegam as autoridades norte-americanas e insistem em que não há provas contra eles.

A Venezuela condenou os Estados Unidos por não repatriar crianças, inclusive Maikelys, e salienta que isso constitui uma violação dos direitos humanos.

Para muitos venezuelanos, esse tipo de ação, que provoca a divisão de famílias, faz parte do assédio e das sanções dos EUA que causaram tantos danos à economia e à sociedade.

Por sua vez, a extrema direita da oposição venezuelana manteve um silêncio cúmplice sobre a separação de crianças dos pais, depois de incentivar a emigração e culpar o governo.

Diante dessa situação adversa, atormentada pelos frutos devastadores da política de deportação de Trump, que inclui o sequestro de uma menor, o governo venezuelano prometeu lutar pelo retorno de seus cidadãos para casa.

É compreensível que a sociedade venezuelana esteja alarmada com o tratamento desumano dispensado aos migrantes, incluindo a separação de crianças dos pais.

É evidente o caráter racista e xenófobo das deportações em massa de migrantes ilegais, implementadas por Trump em seu segundo mandato.

Como a Internacional Antifascista perguntou: Onde está o melhor interesse da criança quando o Estado usa a infância migrante como butim de guerra?