
Foto: Estudios Revolución
Por: Demétrio Villaurrutia Zulueta
Rio de Janeiro, 6 de julho. Na madrugada de domingo, o presidente Miguel Díaz-Canel desembarcou no Rio comandando delegação oficial cubana que participa, nos dias 6 e 7 de julho, da 17ª Cúpula do BRICS, mecanismo de integração com significativo impacto na geopolítica mundial.
A delegação oficial de Cuba é composta, junto com o presidente, pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez; Chefe do Departamento de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido, Emilio Lozada García, e outras autoridades do Ministério das Relações Exteriores e do governo.
Esta é a segunda vez que o chefe de Estado cubano participa de uma cúpula do BRICS. A primeira ocorreu em Joanesburgo, em 2023, como presidente Pro Tempore do Grupo dos 77+ China. Desta vez, está presente sendo Cuba país parceiro do grupo. A Ilha foi admitida durante o encontro realizado na cidade russa de Kazan, em reconhecimento à participação e às contribuições de nossa pequena nação nos debates da agenda internacional e na defesa do multilateralismo.
BRICS é formado por 21 países, onze deles membros plenos e os demais como parceiros, com o objetivo de alcançar maior impacto no debate internacional sobre a luta contra a hegemonia que os Estados Unidos tentam exercer e a defesa do Sul Global.
No evento do Rio de Janeiro, Díaz-Canel participará de dois painéis. A presença do Chefe de Estado na Cúpula proporciona uma oportunidade para se reunir com os chefes das diversas delegações dos países membros e parceiros, bem como com as organizações internacionais presentes, e para discutir questões de interesse bilateral e da agenda internacional.
BRICS também é um espaço para denunciar o bloqueio e a política agressiva do governo Trump em relação a Cuba. Como é habitual em suas viagens ao exterior, Díaz-Canel terá encontros com grupos de solidariedade cubanos e intelectuais brasileiros.
BRICS contribui com 48,5% da população global, concentra 39% do PIB, é responsável por 24% do comércio exterior total, 43,6% da produção e reservas globais de petróleo, 78,2% de carvão e se destaca no desenvolvimento de tecnologias alternativas, no uso de novas tecnologias e na transição digital.
O grupo surge em 2008 com o consenso dos países fundadores Brasil, Rússia, Índia e China, e mais tarde África do Sul.
O encontro do Rio de Janeiro acontece em um momento muito complexo. Em recentes declarações à imprensa da Presidência, Carlos Pereira, Diretor-Geral de Assuntos Bilaterais da chancelaria, comentou que "a primeira grande expectativa que a cúpula deve superar é o contexto em que acontece, de beligerância e crise do multilateralismo, com os recentes acontecimentos no Oriente Médio com os Estados Unidos tentando impor sua hegemonia".