As dívidas da pandemia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-10-28 18:30:52

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Coronavirus afecta el mundo

Por Guillermo Alvarado

Para lá dos elevados custos humanos e sanitários, a pandemia da Covid-19 está causando em quase todo o planeta muitas perturbações econômicas, como, por exemplo, o aumento desmedido da dívida, tantos de países quanto do setor empresarial.

Estudo feito pelos peritos argentinos Francisco Cantamutto e Lucas Castiglioni e publicado no jornal Página 12, assinala: as obrigações montam atualmente em 298 trilhões de dólares, ou seja, perfazem 331 por cento do Produto Interno Bruto mundial.

Em outras palavras, para pagar tudo que se deve no setor público e privado, seria preciso utilizar 3,3 vezes toda a riqueza produzida num ano, sem desviar nenhum centavo para outros fins, o que, na prática, é impossível.

O pior é que ainda não chegamos ao fundo do poço, porque se a pandemia durar mais tempo e piorar, como indicam todos os sinais, a dívida será uma carga muito mais pesada.

O problema tem a ver não só com as nações pobres do mundo – que devem muito mais do que produzem – mas também com os países industrializados.

Por exemplo, os Estados Unidos superaram neste ano o montante da dívida que tinham em 2008, quando estourou a bolha imobiliária e financeira, inclusive para lá do grande craque de 1930.

Já na Argentina, o governo presidido por Maurício Macri deixou o país praticamente na falência, com obrigações que ultrapassavam os 320 bilhões de dólares.

As novas autoridades conseguiram renegociar uma fatia desse montante com um grupo de credores, porém ainda falta fazer a mesma coisa com o Fundo Monetário Internacional.

Segundo o Banco Mundial, a economia global está vivendo seus momentos mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial. E esta é a primeira vez, desde os anos 60 do século 19, que um grupo grande de países está em recessão ao mesmo tempo.

A perda de empregos formais é muito elevada, o que dispara os indicadores de pobreza e pobreza extrema.

Se não fizerem ajustes fiscais rigorosos, o custo da dívida não permitirá contar com recursos para combater a crise sanitária que, por sua vez, deprimirá a economia, coincidem os especialistas.

É a cobra que come a si mesma.

 



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