Presos na armadilha

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-06-23 20:54:16

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Guillermo Alvarado

América Latina e o Caribe têm sido por tradição uma das regiões mais desiguais do mundo, porém quando surgiu a pandemia da Covid-19, a maioria das distorções econômicas e sociais piorou, sendo os segmentos populacionais vulneráveis os mais prejudicados.

É o panorama de nossos países visto na 4ª edição do Relatório Regional de Desenvolvimento Humano para 2021, apresentado recentemente.

Não à toa, o documento se chama “Presos na armadilha: alta desigualdade e baixo crescimento na América Latina e o Caribe”. De fato, é uma armadilha da qual os povos têm poucas chances de sair.

Isto quase sempre foi assim, contudo após um ano e meio de crise sanitária as coisas pioraram devido a que nada está desenhado para proteger os fracos, pelo contrário.

As mulheres e as minorias étnicas continuam levando a pior quanto a oportunidades de educação e emprego. As medidas para conter o coronavírus impactaram com força na economia informal, da que vivem muitos trabalhadores.

A educação a distância revelou as grandes diferenças entre a zona rural e a cidade, assim como entre os grupos de rendas médias, com maior a acesso às modernas tecnologias de comunicação, e os mais pobres que se viram excluídos desse processo e muitos não voltarão nunca mais às salas de aula.

Segundo o relatório, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD, se trata de um círculo vicioso marcado pela concentração dos recursos e o poder em poucas mãos.

Na América Latina e o Caribe, 20 por cento da população acumula 56 por cento das rendas, o que lhes permite ter acesso a cargos com poder de decisão no governo, e desde lá perpetuam estas condições.

Dessa desigualdade outros problemas nascem como a violência em todas as suas variantes: a doméstica, a exercida pelo crime organizado e a política, que aparece na brutal repressão contra os que se atrevem a protestar nas ruas.

Em vários países se praticam as execuções extrajudiciais dos que defendem os direitos humanos, as minorias étnicas, os trabalhadores rurais ou o meio ambiente, na frente das autoridades que fingem que não vêem.

O PNUD adverte que a maioria da população se sente presa numa armadilha e frustrada por estas injustiças. Em outras palavras, se vislumbram tempos sombrios.

 

 

 



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