Condenação fabricada

Editado por Irene Fait
2022-12-07 18:06:38

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condenação fabricada

Por Maria Josefina Arce

Como vinham denunciando diversos setores da sociedade argentina e a própria vice-presidente Cristina Kirchner já estava definida de antemão a sentença do Tribunal Oral Federal 2.

“Crônica de uma morte anunciada”, do Prêmio Nobel de Literatura, o colombiano Gabriel Garcia Márquez, poderia ser o nome do processo judiciário contra Cristina Kirchner, que sempre rejeitou e desmentiu as acusações.

A vice-presidente argentina foi condenada a seis anos de prisão e inabilitação perpétua para exercer cargos públicos, na chamada Causa Vialidad por supostas irregularidades na adjudicação de 51 obras na província de Santa Cruz, de 2003 a 2015.

Nos três anos e meio de duração do processo se armou um complô contra Cristina Kirchner. Num programa televisivo, a vice-presidente provou as relações ilícitas entre empresários, funcionários, juízes, promotores e políticos associados ao ex-presidente Maurício Macri.

Denunciou, também, que não havia provas contra ela e demonstrou as violações cometidas no julgamento.

Querem me ver presa, ou morta, afirmou ao denunciar os discursos de ódio, a tentativa de assassinato em 1º de setembro passado e a perseguição judiciária.

Em agosto passado, a Secretaria de Direitos Humanos tinha manifestado preocupação com o assédio judicial contra Cristina Kirchner, uma prática que, assinalou, se aplica contra políticos que representam os segmentos populares. Entrementes, vivem impunes os poderosos, que permitiram o endividamento do país provocando pobreza entre os argentinos.

A sentença foi precedida pelo escândalo de vários chats entre o juiz instrutor da causa, Julián Ercolini, e um grupo de magistrados, promotores, políticos  da oposição e empresários de grandes meios que tentavam esconder o convite para visitar uma fazenda na Patagônia, propriedade de um magnata inglês, amigo pessoal de Macri.

A oposição buscou tirar a vice-presidente do caminho por todos os meios, levando em conta que é muito querida pela população, o que seria uma ameaça se lançasse sua candidatura nas eleições presidenciais de 2023.

Ao longo destes três anos e meio, diversos setores da sociedade repudiaram o processo, repleto desde o começo de irregularidades e falsidades. Cristina Kirchner recebeu o apoio de boa parte dos argentinos pelos que trabalhou quando tinha sido presidente.

A verdade é que ao ser condenada ela se condena um modelo de desenvolvimento econômico e de reconhecimento dos direitos do povo.

 

 



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