
Por Roberto Morejón
Cuba e Rússia deram mais um passo em sua frutífera cooperação ao assinar declaração conjunta sobre formas e meios de neutralizar os efeitos das sanções externas a que estão sujeitas.
Os ministros das Relações Exteriores, Sergei Lavrov e Bruno Rodriguez, assinaram o documento com o objetivo de mitigar e compensar as consequências das medidas coercitivas unilaterais, que Moscou e Havana conhecem bastante sendo alvos das mesmas.
O acordo foi assinado dias antes da visita do presidente cubano Miguel Díaz-Canel à Rússia para participar dos eventos que marcam o 80º aniversário da vitória sobre o fascismo na Grande Guerra Pátria.
A coincidência de objetivos está enquadrada em um período importante, pois o dia 08 de maio marca 65 anos do restabelecimento das relações diplomáticas.
Ambos os países estão sofrendo os rigores das sanções unilaterais e, no caso da nação caribenha, com uma longa história de mais de seis décadas.
Os Estados Unidos aplicam a Cuba um bloqueio que foi endurecido durante o primeiro mandato de Donald Trump e já se considera como guerra econômica.
No final de março de 2024, as perdas totais devido ao cerco somavam mais de 162 bilhões de dólares, com consequências extraterritoriais.
A volta de Cuba à lista de países que, de acordo com a Casa Branca, patrocinam o terrorismo, ajuda a fechar as portas de bancos e organizações de crédito.
Com a posse de Donald Trump para seu segundo mandato e a pressão irracional do grupo anticubano liderado por Marco Rubio, foram renovadas as sanções unilaterais.
Enquanto isso ocorre em relação a Cuba, a Rússia está lutando para seguir em frente em meio a um mar de sanções, exercidas com o argumento do conflito com a Ucrânia.
Os Estados Unidos impuseram mais de 7.000 sanções à Rússia desde o final de 2022. Em verdade, o número total de sanções, incluindo as impostas pela União Europeia, sobe o número para quase 29.000.
Na opinião do presidente Vladimir Putin, o acúmulo dessas punições é significativamente maior do que o total de sanções impostas a todos os outros países.
Como Estados soberanos, Cuba e Rússia têm o direito de procurar harmonizar potencialidades e iniciativas para enfrentar e compensar as práticas coercitivas unilaterais destinadas a sufocar suas economias e sociedades.