Diferentes facetas da luta no Panamá

Editado por Irene Fait
2025-05-08 17:08:42

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Foto. Telesur

Por Roberto Morejón

A atmosfera social esquentou no Panamá e vários grupos, incluindo professores, povos indígenas, sindicatos e estudantes, saíram às ruas para protestar em ampla gama de questões. 

Em manifestações, marchas e declarações à imprensa, muitos panamenhos demonstram seu descontentamento com as reformas da Lei 462 sobre o Fundo de Previdência Social, a situação trabalhista e um memorando assinado pelo governo local com os Estados Unidos.

São tantas as questões pelas que estamos lutando no Panamá! Exclamou um porta-voz sindical, referindo-se ao governo do presidente José Raúl Mulino.

Segmentos cada vez vastos da população querem derrotar a Lei 462 sobre o Fundo de Previdência Social, porque prejudica os trabalhadores e suas famílias.

As comunidades também estão ressentidas com a possível reabertura de uma mina de cobre fechada depois de um tribunal ter considerado o contrato de concessão inconstitucional em 2023. 

Estudantes e funcionários da Universidade do Panamá, que haviam feito marchas pacíficas, denunciaram a violência policial.

Tanto os estudantes da mencionada universidade quanto os do Instituto Nacional marcharam como outros tinham feito, décadas atrás, em defesa da soberania.

Os estudantes estão preocupados com os resultados das visitas ao Panamá do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e do Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth.

Vale recordar que das mencionadas visitas nasceram acordos sobre a presença militar de tropas norte-americanas na Zona do Canal, bem como de navios e aviões do Pentágono e a instalação dissimulada de bases.

São medidas que, de acordo com os líderes sindicais, constituem uma afronta à soberania nacional e uma violação da Constituição, embora o governo negue isso.

Não são poucos os que repudiam as declarações do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, que sugeriu que as tropas dos EUA retornassem ao Panamá para proteger a hidrovia interoceânica do que ele chamou de "influência maligna" da China.

Os panamenhos e a comunidade internacional sabem da insistência do presidente dos EUA, Donald Trump, em retomar o controle do Canal do Panamá.

Vale lembrar que os Estados Unidos desmantelaram seus enclaves militares no Panamá quando entregaram a hidrovia em 1999, em conformidade com os tratados assinados em 1977.

Os depoimentos e as memórias daqueles anos de luta contra a presença estrangeira ainda estão intactos, em um momento em que os panamenhos estão questionando a legitimidade do sistema político.



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