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Havana, 29 janeiro (RHC) O governo brasileiro propôs um diálogo com os Estados Unidos para a criação de um grupo de trabalho que reuniria autoridades de ambos os países e restabeleceria um entendimento sobre os procedimentos a serem aplicados nas deportações.
A medida foi tomada após denúncias de maus-tratos no voo de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos no fim de semana.
Os repatriados que chegaram ao estado de Minas Gerais relataram agressões, ameaças e tratamento degradante por parte dos agentes de imigração norte-americanos encarregados do voo.
O Ministério das Relações Exteriores se reuniu na segunda-feira com a embaixada dos EUA para discutir o tratamento indigno dispensado aos deportados.
Falando à imprensa, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, comunicou que, além de fornecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um relatório sobre a situação, houve debates sobre como lidar com a questão espinhosa daqui para frente.
Da mesma forma, discutiu com as autoridades norte-americanas que "as deportações devem ser realizadas com respeito aos requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos e a atenção necessária aos passageiros em uma viagem dessa extensão".
Vieira descreveu a última operação para repatriar os brasileiros dos Estados Unidos como desastrosa, pois a aeronave apresentou uma falha técnica.
Essa operação foi trágica, justamente por causa de um defeito, um problema mecânico no avião, disse aos jornalistas após uma reunião com Lula no Palácio do Planalto, sede do poder executivo.
Reiterou que será criado um grupo de trabalho entre os dois países para buscar soluções e garantir os direitos humanos e a atenção necessária aos passageiros.
O chefe da diplomacia também negou o uso de aviões da Força Aérea Brasileira para trazer compatriotas dos Estados Unidos.
Durante a reunião no Planalto, Lula também autorizou o início das negociações para a criação de um posto de recepção de repatriados no aeroporto mineiro de Confins.
(Fonte: Prensa Latina)