
Ministro da Defensa da Bolivia
La Paz, 28 de julho (RHC) O ministro da Defesa boliviano, Edmundo Novillo, pediu hoje às forças de esquerda que reflitam profundamente sobre a necessidade de unidade antes das eleições gerais de 17 de agosto.
"Faltam reflexões profundas. Acho que os nossos antigos companheiros do Bloco Nacional Popular se concentram apenas na análise estrutural da situação atual do governo do presidente Luis Arce, e nada mais", afirmou em entrevista à Prensa Latina.
O ministro enfatizou a necessidade de considerar quanto tempo levará para a esquerda retornar ao poder se a direita assumir o controle nas eleições de agosto.
"Com esta entrevista e o apelo feito pelo presidente Arce, espero que a esquerda boliviana possa pensar bem", insistiu Novillo, "e que o processo eleitoral não termine sem tomar a decisão de uma unificação, e depois de 17 de agosto não tenhamos que lamentar e culpar uns aos outros".
Deplorou que se confunda o bloco popular dizendo que Luis Arce destruiu a economia, como se tivessem esquecido o principal inimigo histórico do povo boliviano.
Enfatizou que Arce não é mais candidato à presidência e que a direita está tentando retornar ao poder com essas abordagens que confundem os cidadãos.
"As pessoas acreditam no que diz Doria Medina, no que diz Tuto Quiroga, que o Movimento ao Socialismo (MAS) afundou a economia em duas décadas e, infelizmente, setores próximos ao ex-presidente Evo Morales também estão aderindo.
"No final, o perdedor será Evo Morales" - disse o ministro - que subestimou Arce quando o propôs como candidato presidencial e agora subestima a direita porque acha que, se vencer, será afastado do poder em poucos meses".
"Acho que é necessário refletir profundamente sobre todas essas questões", reiterou Novillo. Tomara que possa haver uma reflexão em vez de um ataque. Meus camaradas de esquerda me perdoem se essas declarações soarem como um ataque.
"Insisto, o que estou propondo é uma reflexão não para nos separar ainda mais, mas para nos unir", reiterou o ministro. "Não perco a esperança de que possamos alcançar a unidade da esquerda se os interesses dos setores populares forem colocados acima dos interesses pessoais. Devemos abrir mão, dar tudo pela unidade, porque os verdadeiros revolucionários dão até a vida", concluiu o Ministro da Defesa boliviano. (Fonte: PL/Jorge Petinaud)