Congresso do Partido Comunista de Cuba ratifica compromisso com a defesa da pátria

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-04-20 11:15:18

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Miguel Díaz Canel Bermúdez. FOTO/Ariel LEY ROYERO

Havana, 20 de abril (RHC).- O 8º Congresso do Partido Comunista de Cuba ratificou o compromisso com a defesa da pátria e a continuidade do processo revolucionário a ser levado adiante pelas novas gerações a partir do exemplo dos dirigentes históricos, especialmente Fidel e Raúl Castro.

Em discurso no encerramento do evento, Miguel Díaz-Canel – eleito primeiro-secretário da organização política – destacou que os dirigentes atuais foram formados por eles sob os princípios de justiça social, e sublinhou os mais de 150 anos de luta dos cubanos pela independência e soberania.

Nas últimas seis décadas, num contexto agravado pelo assédio dos EUA, empenhados em retomar o controle do país através de medidas como o bloqueio econômico, comercial e financeiro. “Essa história pode ser resumida em duas palavras: povo e unidade, que quer dizer Partido”, apontou.

Díaz-Canel exaltou o papel de Raúl Castro na formação das novas gerações que hoje assumem a direção do processo, e frisou que continuará sempre presente, combatendo com energia e contribuindo com suas ideias à causa revolucionária, sendo uma referência para todo comunista e revolucionário cubano. Ele foi o melhor discípulo de Fidel, afirmou.

“Seu legado de resistência ante as ameaças e agressões e a busca do aperfeiçoamento da nossa sociedade é paradigmático”, e recordou que Raúl assumiu a direção do país num difícil contexto econômico, sendo capaz de incentivar mudanças profundas e necessárias.

Mencionou a atualização da lei migratória, as transformações na agropecuária, a ampliação do setor não estatal, a aprovação de uma nova lei de investimento estrangeiro, a criação da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel e outras medidas para fortalecer a empresa estatal e o programa de informatização.

O primeiro-secretário do Partido Comunista apontou que Raúl Castro conduziu as ações que culminaram na soltura dos cinco cubanos que ficaram mais de 15 anos presos injustamente nos EUA por lutarem contra o terrorismo, e dirigiu pessoalmente as conversações que levaram ao reatamento das relações diplomáticas entre os dois países durante o mandato de Barack Obama.

Destacou que quando esteve à frente da CELAC – Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos defendeu a unidade sob a diversidade, e conduziu à declaração da região como Zona de Paz.

Em seu discurso de encerramento do 8º Congresso, Díaz-Canel fez uma resenha da valiosa trajetória de Raúl Castro ao longo de sua vida, com destaque para as lutas contra a ditadura de Fulgencio Batista e seu papel como ministro das Forças Armadas Revolucionárias.

Ele participou do ataque ao Quartel Moncada em 1953, esteve entre os expedicionários do iate “Granma” em 1956, e destacou-se na luta guerrilheira nas montanhas da Serra Maestra. E como dirigente político, exigiu sempre manter o contato direto com o povo.

Quanto ao cenário atual no país e no mundo, indicou que se tornou mais complexo, especialmente para as nações com menos recursos e para as que se empenham em ser soberanas.

A mídia e as redes digitais permitem a grupos poderosos, com fortes investimentos, transformar em padrões universais ideias, gostos, emoções e correntes ideológicas muitas vezes alheias ao público alvo. “Para esses feiticeiros da comunicação a verdade não é somente negociável, pior ainda, é prescindível”, ressaltou Díaz-Canel.

Denunciou que através de matrizes de opinião, mentiras, manipulações e infâmias contribuem a promover instabilidade política no intento de derrubar governos de nações livres e independentes, na chamada Era da Pós-verdade. “É uma realidade que Cuba enfrenta todos os dias, enquanto persistir em seu empenho de construir uma sociedade mais justa, soberana e socialista”, assinalou.

Também se referiu ao bloqueio mantido pelos EUA nas últimas seis décadas, que constitui o principal empecilho para o desenvolvimento do país e para avançar rumo à prosperidade e o bem-estar.

Seu propósito é degradar as condições de vida da população para gerar uma explosão social e minar a credibilidade da Revolução, e significa um crime de lesa humanidade, uma política genocida, especialmente em meio à pandemia da Covid-19 e à crise global, afirmou Díaz-Canel.

“Nossa aspiração é viver em paz e relacionar-nos com nosso vizinho do Norte como o fazemos com o resto da comunidade internacional, sobre bases de igualdade e respeito mútuo, sem ingerências de nenhum tipo”, reiterou o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba. E colocou de exemplo a solidariedade desta Ilha a países cujos governos tem uma ideologia diferente.

Em seu discurso, afirmou que o Partido Comunista continuará defendendo as essências da nação, a independência, a soberania, a democracia socialista, a paz, a eficiência econômica, a segurança e as conquistas econômicas e sociais do socialismo.

“Vale a pena defender o socialismo, porque é a defesa de um mundo mais justo, a possibilidade de defender um espaço onde cabem todos, como em nenhum outro sistema”, sublinhou.

“A força principal para alcançar esses propósitos é a unidade”, indicou. E frisou que a continuidade geracional é parte dessa unidade. “Continuaremos trabalhando na implementação da Constituição e na busca da equidade e justiça social e o exercício pleno dos direitos humanos para alcançar um socialismo próspero, democrático e sustentável”, garantiu Miguel Díaz-Canel.

“Cuba tem dado uma lição de como a vontade política, a vocação do governo, as políticas públicas que colocam o ser humano no centro, o diálogo entre os principais decisores e os cientistas, e a participação do povo podem, com relativo sucesso, enfrentar um problema complexo como o da pandemia”, ressaltou.

E chamou a buscar as soluções no país, reduzindo a dependência com o exterior e aproveitando melhor os recursos disponíveis, inclusive as opções relacionadas com as fontes renováveis de energia e o setor do turismo, além da poupança e a chamada economia circular.

Ao concluir seu discurso no 8º Congresso, Díaz-Canel agradeceu Raúl Castro pelo exemplo, o impulso, a força e a confiança, e lembrou a coragem e genialidade de Fidel no enfrentamento à invasão militar mercenária por Playa Girón em abril de 1961, e sua declaração do caráter socialista da Revolução na véspera da agressão.

“O Partido Comunista de Cuba está indissoluvelmente unido a esse símbolo de resistência”, apontou. “Nossa geração entende a responsabilidade que assume ao aceitar este desafio, e declara ante a geração histórica sua honra e orgulho por dar continuidade à Revolução”, afirmou.

 



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