Republicanos garantem impunidade de Trump

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-01-27 07:44:08

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Por: Guillermo Alvarado

Se alguém tivesse a ingênua ideia de que o partido Republicano levaria a sério o impeachment contra o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, os primeiros momentos desse processo bastaram para comprovar como esse partido se prepara para garantir total impunidade ao chefe da Casa Branca.

A Câmara de Representantes controlada pelo partido Democrata aprovou o impeachment contra Trump pelos delitos de abuso de poder e obstrução ao Congresso.

Pois bem, conforme as leis vigentes nos EUA, o impeachment deve acontecer no Senado, onde há 53 legisladores republicanos, 45 democratas e dois independentes.

Para que o presidente seja declarado culpado é preciso que 67 senadores votem contra Trump, ou seja, 20 republicanos, todos os democratas e os dois independentes devem adotar essa posição. Naturalmente, isso não vai acontecer.

E ficou provado já na primeira sessão, em que se discutiram as regras do julgamento: os democratas foram fulminados pelos republicanos que conseguiram impor seus critérios em temas determinantes.

Os partidários do presidente mostraram o que já se sabia desde o começo: farão um processo rápido e Trump será absolvido, independentemente se for culpado ou inocente, porque não é isso o que está em jogo.

Nesse caminho, conseguiram suprimir, por enquanto, que se exija a apresentação de documentos oficiais como eventuais provas, ou que sejam convocadas testemunhas que estejam, ou estiveram, perto da Casa Branca.

Assim, se evitam declarações que poderiam ser embaraçosas, como as do ex-assessor de Segurança Nacional, John Bolton, que sabe de muitas coisas inconvenientes para o presidente Trump.

O impeachment, portanto, continua o caminho traçado pelos republicanos. Os acusadores têm 24 horas, distribuídas ao longo de três dias, para apresentar as acusações e a defesa dispõe do mesmo tempo para descarregar as provas.

Terminada essa fase, haverá 16 horas para fazer perguntas e depois se abre um novo debate sobre a necessidade ou não de convidar novas testemunhas, que já foi rejeitada uma vez e será rechaçada a segunda vez, muito provavelmente.

Finalmente, as duas partes apresentarão seus pareceres e terá lugar uma rodada de votações para cada uma das acusações, antes de ser emitida a sentença, que, tudo indica, inocentará o presidente.

Trump tem tanta certeza disso que no meio do impeachment viajou a Davos, Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial, onde presumiu das conquistas econômicas imaginárias de seu governo.

Não se trata, portanto, de um mero impeachment, e sim de um circo em que não são levados em conta os interesses nacionais, ou dos norte-americanos, e sim as aspirações eleitorais dos políticos. Um confronto em que o presidente ficará com a parte do leão, infelizmente, devido a um tremendo erro de cálculo de seus adversários.


 



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