As coisas se complicam para Lasso

Editado por Irene Fait
2023-02-13 19:11:04

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Image / Sputnik Mundo

Por Maria Josefina Arce

As coisas se complicaram para o presidente equatoriano Guillermo Lasso. Durante sua campanha eleitoral deu ênfase à luta contra a corrupção no Equador. Agora, todos os olhos estão voltados a ele ao ter sido revelado que seu cunhado Danilo Carrera chefia um esquema de corrupção em empresas públicas.

O escândalo estoura por revelações do meio digital La Posta que divulgou a existência de uma estrutura criminosa que estaria ligada ao presidente através de seu cunhado e operaria principalmente na Corporação Nacional de Eletricidade e na Corporação Elétrica do Equador.

Segundo a investigação, Carrera, apesar de não ocupar nenhum cargo no governo, maneja as empresas públicas e escolhe as firmas privadas que trabalharão para o Estado, em troca de subornos.

Lasso, portanto, foi chamado a depor perante a Comissão do Parlamento que investiga os fatos. Carrera, apelidado “O grande padrinho” pela imprensa, foi convocado a comparecer no sábado passado, mas ele não foi. Seu advogado mandou uma carta dizendo que não tinha nenhum vínculo com o esquema de corrupção.

Em janeiro passado, falando em cadeia nacional, o presidente se desligou do cunhado, porém um pouquinho antes tinha dito que era um homem honrado e correto. Para disfarçar, lançou-se contra a imprensa acusando-a de atacar seu governo.

O escândalo recordou os chamados Papéis de Pandora, uma gigantesca investigação jornalística que expôs faz dois anos atrás uma rede de sonegação fiscal que envolveu vários presidentes, ex-presidentes, políticos e multimilionários.

O nome de Lasso aparecia na investigação. De acordo com as revelações, manteve contato com 14 sociedades offshore, a maioria com sede no Panamá, e fechou-as depois de que, em 2017 se aprovasse no Equador uma lei que proibia os candidatos presidenciais ter empresas em paraísos fiscais.

O panorama não favorece de jeito nenhum o presidente, que, além do escândalo de seu cunhado, foi derrotado nas eleições municipais e no referendo do dia cinco de fevereiro passado.

NÃO foi a resposta às oito perguntas do referendo promovido por Lasso e que, na opinião da cidadania, não resolvia os graves problemas que atingem a nação sul-americana, como por exemplo, a insegurança.

De resto, nas eleições, o partido opositor Revolução Cidadã, do ex-presidente Rafael Correa, obteve importantes vitórias em Quito e Guayaquil, as duas cidades mais importantes do país, e também em outros lugares.

A verdade é que Guillermo Lasso está numa difícil situação. Em um ano e meio de mandato sua aprovação despenca rapidamente. Seu governo enfrenta um grande desgaste e descontentamento.



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