
Carlos Fernández de Cossio Foto tomada de Prensa Latina
Havana, 10 de maio (RHC) O vice-ministro das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernández de Cossío, afirmou no México que seu país vive sob agressão permanente devido à política dos EUA, caracterizada pela coerção econômica com o bloqueio, publica o jornal La Jornada.
Em entrevista ao jornal, o vice-ministro das Relações Exteriores advertiu que, enquanto praticamente todo o mundo foi submetido a ameaças tarifárias pelo governo de Donald Trump, em relação a Cuba "a investida já está em andamento e só falta a agressão militar" para completar o cerco.
Advertiu que, como nunca antes, os setores anticubanos nos Estados Unidos agora têm influência direta não apenas no Congresso, mas também no Executivo, personificado na figura de Marco Rubio, Secretário de Estado.
"Isso lhes dá mais confiança para mobilizar o enorme poder que os Estados Unidos possuem contra Cuba", disse Fernández de Cossío, que chefiou a delegação da Ilha na 17ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Assuntos Migratórios e Consulares entre México e Cuba, realizada no México.
Denunciou a inclusão da nação caribenha na lista de Estados que supostamente patrocinam o terrorismo, fator que desencadeia medidas coercitivas e extraterritoriais adicionais que complicam muito a aquisição de produtos e créditos em outros mercados.
Com relação à campanha de Washington contra as brigadas médicas cubanas, assinalou que se busca desacreditar esse símbolo do sucesso da sociedade cubana e cortar uma fonte legítima de renda obtida de acordos assinados com países que têm uma situação mais favorável do que a Ilha.
Sobre o tema da migração, falou que, se o grande fosso entre os países industrializados e desenvolvidos e as nações em desenvolvimento não for reduzido, é natural que haja um fluxo crescente do sul para o norte em busca de melhores condições de vida.
Referindo-se ao caso de Cuba, explicou que a política oficial dos Estados Unidos é a coerção econômica, o bloqueio, com o objetivo de deprimir e tornar as condições de vida o mais difíceis possível, e provocar a migração.
"Além disso, como a abordagem dos EUA em relação à migração para Cuba desde a década de 1960 tem sido para fins de desestabilização, houve uma atitude consistente de privilegiar o imigrante cubano, independentemente de como ele atravessa a fronteira", acrescentou.
Mencionando a Lei de Ajuste Cubano, o vice-ministro das Relações Exteriores acrescentou que eles são automaticamente assimilados e recebem o status de refugiado, além de emprego.
"Nenhum cidadão de qualquer outro país do mundo tem esse privilégio. Se os Estados Unidos não puserem um fim a essa realidade, o fluxo irregular continuará", disse.
Em outro momento da entrevista, Fernández de Cossío apontou a incapacidade dos governantes norte-americanos ao longo da história de aceitar que a Ilha é e tem o direito de ser um Estado soberano. (Fonte: Prensa Latina)