Um ano para ser esquecido

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-02 14:44:13

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Por: Guillermo Alvarado

Os primeiros casos de Covid-19 começaram a aparecer em países da América Latina e o Caribe faz um ano. Não havia percepção clara da tragédia que significaria a chegada da pandemia para nossos povos.

Em meados de 2020, nosso continente, especialmente América Latina, lideravam as estatísticas negras da doença em todo o mundo e ainda continuam à frente.

Desde que se descobriu o primeiro contagiado em 26 de fevereiro de 2020 (um viajante que desembarcou no Brasil proveniente da Europa) houve mais de 21,8 milhões de positivos e morreram umas 785 mil pessoas, claro, esses resultados são parciais, porque em muitos países os registros são pouco fiáveis.

Por exemplo, no Brasil, o maior país da região, o mais povoado e também o mais atingido pela pandemia, é impossível saber ao certo quantos são os contagiados e os mortos nas comunidades indígenas mais afastadas da Amazônia.

Nos últimos doze meses, houve 10,5 milhões de casos no Brasil e morreram 254 mil pessoas. A responsabilidade sobre esses casos e mortes é, em boa parte, do governo de Jair Bolsonaro que vem administrando pessimamente a crise.

Exceto Cuba, que conta com sólido sistema de saúde baseado na prevenção, nenhum outro país estava preparado para a magnitude do desastre. Permanecem indeléveis na memoraria os mortos jogados nas ruas de Guayaquil, Equador, ou aqueles que morreram sufocados por falta de oxigênio em Manaus, Brasil.

As medidas tomadas para romper a cadeia de contágios abriram o caminho a outro drama: o colapso da economia e suas sequelas de desemprego, pobreza, fome e milhões de crianças obrigadas a interromper seus estudos.

Todos estão apostando nas vacinas, porém vemos aí muitas desigualdades, corrupção e egoísmo. Em dias recentes, publicamos um comentário sobre o consórcio farmacêutico Pfizer e suas desmedidas exigências para vender seu produto aos países pobres.

De toda América Latina e o Caribe, só Cuba contará com seus próprios imunizadores. O resto vai depender do dinheiro que tiver para comprá-los ou da contribuição limitada de organizações como COVAX para proteger uma fatia da população.

2020 foi um ano para ser esquecido e o pouco que vimos nos dois primeiros meses de 2021 não permite que sejamos otimistas, nem sobre o desenrolar da pandemia, nem sobre o que aprendemos da mesma para ser melhores.

 



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